Bebês podem raciocinar logicamente antes mesmo de falar

Bebês de um ano de idade podem não ser capazes de falar, mas são capazes de pensar logicamente, de acordo com uma nova pesquisa que mostra a base mais antiga conhecida de nossa capacidade de raciocinar.O lendário psicólogo Jean Piaget acreditava que não tínhamos habilidades de raciocínio lógico até os sete anos, mas os cientistas examinaram os olhos de 48 bebês e descobriram que são capazes de raciocinar durante o processo de eliminação. A pesquisa foipublicada hoje na revistaScience.O tipo de raciocínio em questão, processo de eliminação, é formalmente chamado de “silogismo disjuntivo”. É assim: se apenas A ou B podem ser verdadeiros, e A é falso, então B deve ser verdadeiro. Então, se o copo é vermelho ou azul, e não é vermelho, então é azul. O processo de eliminação não é necessariamente a forma mais fácil de raciocínio, dizJustin Halberda, psicólogo e especialista em desenvolvimento infantil da Universidade Johns Hopkins, que não esteve envolvido no estudo de hoje, mas é crucial para o pensamento superior. “Uma das partes centrais que separa o raciocínio humano de todas as outras formas é negar uma premissa – você vê que, se não é A, é outra coisa”, diz ele. “Isso é muito extravagante.”

No estudo de hoje, os bebês observaram pequenas animações. Eles viram dois objetos diferentes – como uma flor e um dinossauro, e então os dois foram para trás de uma barreira. Um copo animado tira uma das animações, como a flor. Então, a barreira vai embora. Ou o dinossauro é deixado (como logicamente seria o caso), ou a flor, estranhamente, ainda está lá.

Ao rastrear os movimentos dos bebês, os cientistas descobriram que os bebês olhavam mais quando o dinossauro ainda estava por perto, indicando que estavam confusos. (Pesquisadores que trabalham com bebês que não podem conversar muitas vezes medem quanto tempo olham para alguma coisa, como uma forma de ver se estão surpresos ou interessados.)

Em um nível prático, pesquisas adicionais nesta área poderiam ser usadas como um meio de diagnosticar incapacidade cognitiva. Por exemplo, os médicos poderiam rastrear os olhos dos bebês e ver se eles estavam olhando no padrão típico para alguém da sua idade, diz Halberda. Mas o mais importante, diz ele, esta pesquisa vai abrir a porta para mais trabalho sobre como os bebês mais jovens pensam e raciocinam. “É sobre o lançamento de todo um corpo de trabalho que vai surgir na próxima década”, diz Halberda. “É um convite.”

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